(Artigo de minha autoria publicado no jornal Correio do Povo em 11/05/18)
O transporte público em Porto Alegre tornou-se totalmente
obsoleto graças ao pouco caso das autoridades municipais que permitem aos
concessionários agirem como bem desejam. Estes, hoje, impõem aos usuários, além
do não cumprimento de horários, ônibus e lotações velhos, sem as mínimas
condições de conforto e em alguns casos, até de segurança. Verdadeiras latas
velhas a circularem por aí colocando em risco as vidas de passageiros e de
transeuntes.
De outra parte, o poder público até hoje não foi capaz de
resolver antigos e crônicos problemas, como as rodoviárias a céu aberto das
avenidas Borges de Medeiros e Salgado Filho.
Na Borges, outrora uma via importantíssima e hoje degradada, chega a ser
surreal ver-se os lotações descerem da Salgado Filho e, ao atingirem a esquina
da Andradas, darem volta no canteiro, não sem antes obrigarem-se a uma
arriscada manobra, envolvendo marcha-à-ré, para poderem ingressar na pista
contrária.
A Prefeitura construiu corredores de ônibus nas principais
avenidas por onde passariam os “consagrados”
BRTs. Passariam, pois já desistiram da ideia e foi até a providencial, pois em
pouco tempo de uso, as placas de concreto dessas vias – de todas - começaram a
se soltar. E os pesados BRTs iriam trafegar por elas. Alguém foi
responsabilizado pelo dinheiro gasto nas “obras”? Como sempre, não. E, como
sempre, ninguém será...
Considero que a grande solução para o transporte em Porto
Alegre não passa por metrô e nem por BRTs, ideias felizmente mortas e
sepultadas. Muito menos por essas carcaças ambulantes chamadas ônibus. As
grandes cidades do mundo, dentre elas o Rio de Janeiro, estão aderindo ao VLT –
Veículo Leve sobre Trilhos, o antigo bonde. Leio sobre pesquisa
do Instituto Datafolha mostrando que 92% dos usuários do VLT carioca, ligando o
Centro Histórico e o Porto, avaliam o sistema de forma positiva. Sete em cada
dez passageiros recomendariam o VLT como uma forma eficiente de deslocamento.
Eles transportam, em composições de 44 m, 420 passageiros. Aqui, poderiam trafegar pelas principais
avenidas, usando o mesmo espaço dos atuais corredores de ônibus e operar de
forma integrada e aí sim, com os ônibus (mas ônibus de verdade...) que atenderiam
o interior dos bairros e/ou vilas.
A implantação do sistema VLT é muito menos
dispendiosa do que a do metrô, pois o tráfego se dá em superfície (e não exige
necessariamente via segregada). E a adoção do serviço oportunizaria muito mais
conforto aos usuários que poderiam contar com veículos sempre limpos,
trafegando com rapidez e total isenção dos sacolejos a que estamos acostumados
nos ônibus por causa da buraqueira das ruas e que, por quase automáticos, não
se sujeitariam aos humores dos seus condutores.
A implantação? A Prefeitura não tem recursos.
Mas, para que servem os consórcios?
(Na foto, da Agência Brasil, o magnífico VLT do Rio de Janeiro)
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