Os VLTs
É claro que aqueles bondes (os Brill, Miami, Worcester, Osgood Bradley, Birneys "gaiolas" e outros, alguns dos quais datando do início do século passado), se mantidos os serviços, já teriam que, obrigatoriamente, ter dado lugar a veículos mais modernos, os VLTs (veículos leves sobre trilhos), circulando sobre uma via permanente também condizente. Isto quer dizer que hoje eles poderiam alcançar maior velocidade com menos ruído, e transportar maior número de passageiros, pois haveria a possibilidade da formação de comboios. Comodidade seria outra característica, pois os VLTs são dotados de ar condicionado e neles os passageiros não estariam submetidos às variações de humor dos condutores, como acontece hoje com os ônibus, em que os motoristas usam e abusam do freio e da embreagem. Freadas e arrancadas bruscas são atos corriqueiros. Nos bondes não acontecia isso, nos VLTs e no Trensurb não acontece, pois principalmente nestes últimos tudo é automático. Não tem essa de largar de soco a embreagem. As curvas são feitas de acordo com o raio da linha férrea.
VLT x Metrô
Acho que o metrô é a solução para grandes deslocamentos de pessoas, mas também acho que as autoridades se precipitaram na decisão de implantá-lo aqui. Até podem fazê-lo, pois cavalo dado não se olha o pelo, mas pelo que irá custar para construir apenas 14 quilômetros e tão somente para uma zona da cidade (sem falar nos transtornos que advirão com a buraqueira), considero que se poderia implantar linhas de VLTs que atendessem a várias regiões, utilizando-se para tanto os corredores de ônibus. E estes serviriam de alimentadores para distribuir as pessoas pelo interior dos bairros. Para termos os VLTs, precisaríamos da implantação da via permanente (dormentes e trilhos) e rede aérea para o fornecimento de energia. Aliás, os espanhóis estão demonstrando neste mês, em São Paulo, um VLT que dispensa a rede aérea (foto acima). Ele se recarrega de eletricidade somente nas paradas, a cada 1.400 metros.
Catamarã
Finalmente, quero saudar a chegada dos catamarãs. Da minha janela, no Cristal, tenho-os visto singrarem lépidos e faceiros as águas do Guaíba, num vai-e-vem frenético entre Porto Alegre e Guaíba e vice-versa, serviço que era feito pelas balsas – que transportavam também carros, ônibus e caminhões a partir da Vila Assunção – até 1957 quando foi inaugurado o complexo de pontes sobre o estuário. Pela receptividade que o público demonstrou, acredito que em pouco tempo o transporte seja ampliado, mesmo porque é seguro e não enfrenta congestionamentos, além de oferecer uma outra visão da cidade. Ampliado que eu digo não apenas com o aumento da frequência de viagens entre Porto Alegre e Guaíba e vice-versa, mas para outros destinos, como a Zona Sul da cidade e municípios próximos que sejam servidos por rios. E depois, com os serviço mais aperfeiçoado e embarcações mais resistentes, para Barra do Ribeiro, Tapes, Camaquã, São Lourenço, Pelotas e Rio Grande. Lembro que até meados da década de 50 o melhor transporte para a Zona Sul do Estado era por via lacustre, nos saudosos vapores Cruzeiro, que fazia a rota Rio Grande Porto Alegre e vice-versa, e os Ita (Itaquatiá, Itatinga, Itaquera e outros), que saiam de Porto Alegre e iam até o Norte do País.
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