Passada a euforia de outro anúncio de implantação do metrô em Porto Alegre, está mais do que na hora de se começarem a buscar alternativas urgentes para os problemas da cidade, principalmente os viários. Enquanto se cogita investir no trem subterrâneo para um lado apenas da metrópole, sabe-se lá para quando, a Prefeitura vem insistindo, desde a administração passada, nos Portais da Cidade como solução mágica para o transporte coletivo de um modo geral, idéia que, todavia, não avançou, até hoje, além das pranchetas. E a população vivencia, então, dia após dia, a total desorganização no trânsito da área central provocada pelo uso inadequado das ruas para tráfego de ônibus e lotações e como terminais de embarque e desembarque.
A outrora elegante Avenida Salgado Filho é a representação mais triste do caos que se estabeleceu na região, onde cada terminal chega a abrigar três ou mais filas para linhas diferentes de ônibus. Suja e perigosa pela frequência após determinada hora, ela serve só para isso mesmo, rápida passagem das pessoas em busca de suas conduções. E o que dizer da Rua Marechal Floriano, onde se misturam promiscuamente povo, lotações, táxis e carros em geral? E da estreitíssima e inadequada Rua Avaí, por onde se dá o escoamento da maioria das linhas de coletivos que demandam à Zona Sul? A Voluntários da Pátria é outra totalmente imprópria, mas recebe dezenas de ônibus por hora.
A Avenida Borges, cuja abertura décadas atrás, para ligar o Centro ao sul, custou muito caro aos contribuintes, é hoje usada apenas como terminal de lotações e para reunião de desocupados.
A Rua da Praia precisa de intervenção urgente, pela precariedade do seu calçamento e pelo lixo que dela toma conta, não obstante esforços do DMLU. A Praça da Alfândega, com sua interminável reforma, não fica atrás.
Parece que poucos se deram conta de que 2014 já é amanhã. Nada está sendo feito, ainda, com relação a esse porvir, que precisa de transporte rápido, eficiente e confortável e de ruas e avenidas com boa pavimentação, bem sinalizadas e com fácil fluidez de tráfego, o que significa construção de mais viadutos e de vias alternativas de grande porte.
Vai chegar a Copa e a cidade não estará preparada. A não ser que já se vislumbrem soluções criativas e viáveis as quais, tomadas a curto e médio prazos, possam estender seus benefícios também para muito além de 2014, para o futuro de Porto Alegre.
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